Por Helder Miranda
Em novembro 2015
Tentei, em vão, escrever sobre a oitava temporada de "A Fazenda" por esses dias, mas confesso que foi tarefa um tanto impossível. Ou não, porque poderia pegar qualquer gancho e escrever sobre alguma coisa.
Todos os participantes que ainda seguem confinados exibem a mesma proporção de qualidades e defeitos. Torcer por um e por outro não invalida a minha opinião como crítico, porque aprendi, tempos atrás, no bacharelado em jornalismo, que imparcialidade não existe. É balela, conversa para boi dormir. O que pode haver é a tentativa de camuflagem dessa parcialidade que existe, sim, e começa a partir do momento em que se escolhe de que ponto de vista será contada uma história.
Mara e Marcelo. #Maracelo. #Marelo. #Marrentos. Qualidades e defeitos em cascata, como água descendo em grandes proporções. Mas também água e óleo, que não se misturam. Podemos dizer que Mara é o Marcelo de saia, e Marcelo é a Mara de calça. Em comum, ambos são grandes jogadores e estrategistas na mesma medida. Torcer por um ou por outro, a essa altura do campeonato, é irrelevante. O jogo já está definido. Mas dizer que o torcedor de Mara é sádico, vândalo, anjo ou demônio é exagero.
Nem tanto o céu nem tanto a Terra, gente, não estamos elegendo o próximo presidente da república, mas um participante de uma edição aleatória de reality show que será esquecido em pouco tempo. Posso até declarar aqui que sou #FicaMara, mas jamais serei #ForaMarcelo porque eles são equivalentes. Não posso repudiar o defeito de um nesse jogo, em que o julgamento é o verdadeiro protagonista, que o outro também não tenha.
Mara foi para uma berlinda por uma estratégisa suja de JP e Marcelo ao se aliarem a um pigmeu que transborda arrogância e na vida real não iria tão longe, como se confirma aqui fora com o que foi feito de uma carreira tão promissora em que restaram apenas algumas fãs alucinadas e dispostas a trocá-lo por um próximo ídolo assim que ele surgir. Ídolo?
Marcelo, por sua vez, foi colocado para disputar a preferência do telespectador por conta dessa manobra de JP. E não percebeu até agora que esse "amigo" o usa como "escudo" para se safar nas semanas. Dizem isso de Rayanne com Douglas, mas por que não enxergam isso na amizade entre esses dois homens? Será por Rayanne ser mulher e o machismo, tanto dentro quanto fora da casa, imperam? Pelo menos, a moça protege o rapaz quando pode. Já JP... onde está a ombridade dele quando propõe não votar em Douglas, um desafeto durante toda a trajetória no programa, se Rayanne indicasse Ana Paula, Mara ou Luka que, a essa altura do campeonato, ainda não estava na grande final do programa. Justo ele, que se fazia de amigo de Mara e potencializou uma atitude que ela sempre tem para justificar o voto de terça passada.
Há um determinado ponto nos realities de confinamento que as pessoas se cansam. Participantes e telespectadores. Até Mara já não tem a mesma disposição em causar com aquele vigor do início do jogo, quando conseguiu se destacar entre todos os participantes. Agora é tocar o barco, o jogo até aqui apresentado já definiu quem irá vencer e todos eles deveriam entender que o leite está derramado, e agora é tarde... Inês é morta!
A carta da família de Rayanne, um presente de Luka, que venceu a prova da Arca e quis dar a ela algo que não poderia refletir na votação, pode, se a produção do programa for esperta, o que não acredito muito, dar um novo vigor para estar últimas semanas. Boninho já fez essa manobra em uma das edições do "Big Brother Brasil" e conduziu o jogo de uma participante apática de maneira mais interessante com um simples "aproveite agora que você está solteira...".
No mais, queridos... saindo Mara ou Marcelo, dois perfis que se repelem mas se complementam, quem perde é o público. Porque ambos são iguais, tenho comigo que um deles com um pouco mais de caráter que o outro pelo que foi mostrado em uma edição para lá de duvidosa, motivo que faz com que essa eição não me diga mais nada desde, pelo menos, a saída de Carla Prata.
Marcelo e Mara... #Celomara. #Elomar. #Amarelo... Um dos dois sairá nesta quinta porque são dois bicudos cheios de... marra. E dois bicudos não se beijam!
Mara Maravilha é a dona do jogo. Bimbi, da torcida equivocada
Por Helder Miranda
Em setembro de 2015
Entre os competidores mais famosos e os desconhecidos da oitava edição de “A Fazenda”, a torcida da maioria, inevitavelmente, será para o mais famoso, e isso independe de caráter de qualquer um deles. Por esse motivo, acredito que o justo seria tirar um a um os menos conhecidos para restarem apenas os famosos e fazer uma espécie de “mata-mata” entre eles.
Dentro dessa premissa, pelo menos no início do jogo, Mara Maravilha, por mais que batam pé os seus oponentes dentro da casa, e a torcida de fora dela, é de longe a mais conhecida. A configuração desta oitava edição está desenhada entre mulheres, algumas, realmente famosas, como Mara Maravilha, Rebeca Gusmão, Carla Prata, Ana Paula Minerato, Quelinnah (na época de "Antônia") e Lissah Martins (por conta do extinto grupo “Rouge”) e o restante de homens anônimos, com exceção de três: o cantor Ovelha, o jogador de futebol Amaral e o ator Luka Ribeiro.
Desculpem, de antemão, as torcidas dos outros que desconheço. Dizem que Douglas Sampaio, o pai adolescente, tem até certo público por ter partticipado de "Malhação", mas, para quem trabalha em horário comercial fica meio difícil acompanhar. Tudo muda com o andamento do programa, quando os participantes passarem a ser conhecidos pela grande massa, a situação pode virar.
Mas principalmente entre os homens, está desenhada uma competição paralela entre quem é o menos desconhecido. E esta é uma das graças de “A Fazenda”: a cara de pau infame da Record de confinar alguns que são praticamente anônimos ao lado de outros “conhecidinhos” e ainda preparar chamadas, digamos, “misteriosas”, quando ninguém ali, competidores e telespectadores, sabem quem é quem. E chega a ser hilariante quando os confinados fazem aquela cara de constrangimento quando vem alguém que não é famoso de verdade, mas têm de fingir que conhecem.
Eu não me dou ao trabalho de pesquisar no Google, tendo em vista a premissa de que o programa é uma competição entre famosos, mas também é um motivo para assistirem aqueles que dizem não gostar de “Big Brother”. As “ex-Panicats” e as capas de revistas têm alguma vantagem por aí, pois tanto o programa “Pânico” quanto as “Playboys” da vida acabam tendo o seu público cativo, que não é necessariamente o mesmo de quem assiste “A Fazenda”.
E não tem como deixar de pensar que os desconhecidos daquela casa estão, sim, em mais uma edição do “Big Brother”, só que em outra emissora. Em contrapartida, em “A Fazenda de Verão”, a versão do programa que confinou gente tida como comum, estava um modelo realmente famoso – o Sacramento, dos ensaios da revista “Nova” – com fama internacional.
O que chama atenção nestes primeiros dias de programa é a reação de quem assiste ao programa sobre o comportamento de Mara Maravilha. Ex-apresentadora infantil e agora cantora gospel, ela destila lições de moral e um comportamento para lá de antissocial com a premissa de que é honesta e verdadeira.
Geralmente as pessoas lançam mão desse artifício para justificar ou encobrir o que realmente é: a falta de educação. E ela reconhece em Thiago Servo o “egocentrismo” como se nela não houvesse e sabe se sair como ninguém das situações de enrascada criadas pelos outros participantes. Deu uma voadora no ensaio de sermão que Rayane Moraes preparou para ela.
Mara também observou que a introspecção da cantora Quellinah não estava relacionado à liberdade com que se troca diante das câmeras, mas, lá pelo início dos anos 90, quando ainda era apresentadora infantil, posou nua. Além de tudo, declarou no jogo da verdade, logo no primeiro dia, que conseguiu perceber a personalidade de todos.
Mas vou além disso: se Mara não conseguia disfarçar a prepotência diante das câmeras quando era apresentadora infantil, com tudo editado, conseguiria ela domar a personalidade de ariana diante das câmeras invasivas de um reality show? Pelo bem e pelo mal, ela é um personagem mais que necessário dentro da casa. Por isso, seja para movimentar, seja para dar graça ao programa que, normalmente, no início, é um marasmo só com todos amiguinhos demais, ela é o diferencial.
Aliás, Mara é a pimenta nesse mar de leite condensado inicial, onde a pieguice e o falar de si mesmo com a intenção de ser ouvido pela edição imperam. Mara, pelo menos, está sendo quem ela é, sem mascaramentos, para o bem e para o mal.
O que pode preocupar a torcida dela é que, desde o início, ela está aparecendo demais. Gente que prometia brilhar muito saiu cedo justamente por aparecer demais, como Babi Xavier (na 1ª edição), Bombom (na 2ª) e Monique Evans (na 3ª). Mara será alvo fácil, então é melhor a torcida se preparar. Como também será Marcelo (Quem?) Bimbi, o fazendeiro da semana, cujos comentários, em menor escala dos que os que estão direcionados à Maravilha morena, também o têm como alvo.
Tudo por conta de um vídeo em que ele age feito um cafajeste com uma mulher aparentemente em situação de fragilidade. A misoginia daquela cena em que ele tira sarro da mulher se encaixa perfeitamente ao depoimento que ele deu e foi mostrado na apresentação dele. Marcelo não mostrou nada além da aparência, que além de tudo é bem questionável e não é unanimidade. Torcer por conta da beleza de alguém é o cúmulo de uma torcida equivocada.
Os fãs - já? - estão dizendo que Bimbi está sendo perseguido porque é bonito e não pode ser julgado pelo que ele fez fora do confinamento. Concordaria, se acreditasse que todas as atitudes tomadas por alguém não fizesse parte de quem é esse alguém. E não adianta pagar de “bom moço” dentro de um confinamento se você for um “escroto” fora dele.
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